Alberto Carneiro, CRP-32710/05 , Master's Degree in Clinical Psychology and e PhD ( in course) in Public Health (FIOCRUZ- Brazil) and internship at University of Windsor, Canadá.

MONTREAL FIERTE’ 2010

fierte Montreal, Rue St Catharine

Dia 15 de agosto de 2010 aconteceu a parada LGBTT de Montreal, no Quebec. Assim, fui para o Quebec para participar das atividades. Além da parada, dois eventos foram de significativa importancia: uma palestra com advogados quebecois, sobre casamento e divorcio LGBTT no Quebec e a projecao de um filme chamado: BEYOND GAY, de um ativista de Vancouver.
A parada de Montreal eh bem organizada, bem menor que Toronto, mas parece ter um carater bem mais político e reivindicatorio. O tradicional minuto de silencio em homenagem `as vitmas da homofobia, que acontece em todas as paradas canadenses, deu inicio `a parada.
Nao havia grupos ativistas latinos especificamente representados, muito menos brasileiros. apenas alguns entre grupos maiores.
A familia parece ser uma constante preocupação do ativismo quebecois, que centra muito de suas reivindicações nos direitos absolutos `a homoparentalidade.
Em setembro acontece a semana da fierte’ de Quebec ville, ao norte de Montreal, onde nao ha uma parada.
Semana que vem eh a vez da parada LGBTT da capital canadense, Ottawa.

PhD in Canada

So, today I am back to the cyberworld.

I arrived in Toronto almost 2 months ago for a 1 year internship program on PhD level. My PhD is in Brazil and in Canada I will spend one year to complete my survey in Brazil.


MORANDO NO CANADA

Pois ca estou, em Toronto ha quase um mes.

Cheguei no dia 16 de junho e a chegada nao poderia ter sido melhor. Ao contrario do que pensei, o oficial de imigracao foi extremamente atencioso e educado. Me tratou muito bem, gostou de saber que vim fazer Doutorado e ate ficou conversando comigo sobre lugares gays em Toronto, inclusive entrou no Google Maps para me mostrar alguns lugares interessantes…

Cheguei, vim para a casa que aluguei e agora eh iniciar os trabalhos.

Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-Rio, pesquisador da sexualidade. Atualmente faz Doutorado em Saúde Coletiva pela FIOCRUZ e mora em Toronto, no Canadá.
Responde perguntas por e-mail a respeito de sexualidade LGBTT gratuitamente.

Dia 15 de Junho estou indo para Toronto. Passarei um ano por lá, no programa PDEE, de Doutorado, financiado pela CAPES. Meu trabalho será dividido em 3 frentes: a primeira será a continuação da pesquisa de meu Doutorado no Brasil, onde estamos pesquisando práticas sexuais masculinas em homens jovens. Irei entrevistar 22 homens jovens brasileiros que moram no Canadá há mais de 5 anos, a fim de saber se e como o ambiente e a cultura influenciam as práticas sexuais e a noção de masculinidade.
A segunda frente será uma pesquisa canadense, focada na população gay e bissexual masculina de língua portuguesa em Toronto, onde se pesquisará as práticas sexuais e prevenção de HIV exclusivamente nesta população.
Uma terceira frente se concentrará em um trabalho em uma ONG , também em Toronto, onde trabalharemos para revisar e redirecionar campanhas de prevenção primária de HIV na população mais ampla de Ontario.
Parece que será um período de bastante trabalho. Vamos ver no que dá.

2010 – CANADÁ

Chega 2010 e com ele minha ida para Toronto a fim de dar continuidade a meu Doutorado em Saúde Coletiva. A proposta é continuar a pesquisa que estamos realizando na FIOCRUZ em relacao a auto-percepção (homo)sexual e práticas sexuais em homens de 17 a 24 anos de idade. No Brasil, foram divididos em 2 grupos: 22 sujeitos universitários e 20 nao-universitários. A investigação procura compreender as práticas sexuais desta população, procurando saber até onde estas práticas confirmam ou combatem a homofobia instituída que estrutura o ethos dos gays brasileiros. No Canadá serão entrevistados 22 jovens, masculinos, de 17 a 24 anos, brasileiros que morem no Canadá ( ou filhos de brasileiros) , moradores da cidade de Toronto. Este grupo será comparado com o grupo de universitários brasileiros a fim de traçar diferenças e similaridades no comportamento sexual, com o objetivo final de saber se a identidade masculina e a auto-percepção gay muda ou permanece basicamente inalterada, independente da cultura. Investigando filhos de brasileiros e brasileiros no exterior, poderemos fazer um cross-culture.

Hoje, 14 de setembro de 2008 realizou-se a 4ª Parada de Rio Branco. Embora ainda nao tenhamos um número oficial de participantes, estima-se que aproximadamente 7 mil pessoas participaram do evento.Nossa pesquisa transcorreu sem surpresas nem imprevistos. Havíamos feito uma capacitação semana passada com os voluntário a fm de esclarecer as técnicas e procedimentos de uma pesquisa quantitativa. Dividimos os voluntários em 4 grupos de 15 pessoas, sendo um coordenador responsável por cada grupo. Iniciamos os trabalhos às 14:00 hrs e às 17:30 hrs já havíamos recolhido todos os formulários, que foram corrretamente preenchidos. Os voluntários se mostraram bastante motivados em participar da pesquisa, o que sempre nos motiva a continuar nosso trabalho. Dia 19 de setembro,sxta-feira faremos a primeira reunião a fim de iniciar a análise dos dados obtidos. Enfim, a primeira parte da pesquisa correu tudo bem!!

Esta foto mostra parte da parada de 2007.

Esta foto mostra parte da parada de 2007.

parada LGBTT 2008 de Rio Branco

parada LGBTT 2008 de Rio Branco

Junto com o  NUDICHO, Núcleo de Direitos Humanos e Combate à Homofobia aqui do Acre, iniciamos uma pesquisa quantitativa que se dará durante a parada LGBTT  de Rio Branco, dia 14 de setembro de 2008. Queremos saber quantos são, quem são e o que querem as pessoas que participam deste evento na capital acreana e a razão de muit@s del@s, após a parada, voltarem para o armário. Haverá uma pré-seleção de entrevistador@s, atraves de curriculo e breve redação e , após isso, uma capacitação no dia 05 de setembro. Parece que vai sair coisa boa !

 

Após dois anos de Mestrado, começo a divulgar as conclusões de meu trabalho sobre a investigação da co-parentalidade homossexual no interior do estado do Rio de Janeiro. À princípio, divulgo a conclusão de nossa pesquisa, ou seja, o capítulo final da dissertação. Comentários, críticas e.. elogios ( por que não? rsrs) são bem-vindos!

 O objetivo de nossa pesquisa foi investigar de que forma os entrevistados constroem a configuração familiar chamada homoparental a partir do ponto de vista da co-parentalidade. Para fins de análise, usamos o Método de Explicação do Discurso Subjacente (MEDS), de Nicolaci-da-Costa (2007), a fim de evitar categorias pré-definidas, já que a investigação a respeito da co-parentalidade homoparental é ainda muito recente no Brasil. Com isso, foi possível criar categorias baseadas no cruzamento de informações obtidas durante as entrevistas e, traçando um paralelo com a fundamentação teórica queer, delinear algumas conclusões.

Nossos sujeitos foram três companheiros de pais homossexuais que estavam vivendo a experiência da co-parentalidade com parceiros do mesmo sexo pela primeira vez. A idade dos entrevistados variou entre 19 e 31 anos, todos da classe media, moradores de uma cidade do interior do estado do Rio de Janeiro. A razão de não ser informado o nome da cidade se deve ao fato da possibilidade de identificação destas famílias ao longo deste trabalho, caso esta fosse revelada.

As principais conclusões apontam para um certo desconforto da maior parte dos entrevistados em relação à rede social mais ampla, no sentido de busca de aceitação desta configuração familiar, ao mesmo tempo em que o fato de não serem pais parece aumentar o estigma social da homossexualidade para estes sujeitos.

Portanto, ao engendrarmos a desconstrução de identidades estanques, buscaremos melhorar não só a qualidade de vida de famílias constituídas por pessoas do mesmo sexo, com filhos oriundos de relações heterossexuais anteriores, como também tentaremos contribuir para a mais fácil assimilação por partes das crianças desta nova realidade. Isso porque a identidade homossexual foi uma invenção do século XIX, onde relações que antes eram taxadas como sodomitas passam a ser categorizadas e consideradas desviantes da norma social vigente, tendo obviamente como conseqüência a segregação dos que se enquadravam nesta nova identidade social. O que observamos em nossa pesquisa, apesar do ainda bastante presente preconceito internalizado nos homossexuais, é que a noção estanque desta identidade, notadamente na geração mais jovem, parece se modificar, ainda que timidamente. Em todos os sujeitos notamos bastante marcado um questionamento sobre a idéia de uma comunidade homossexual e o desejo de rompimento com esta forma hermética e homogênia de se relacionar. Há uma nova atitude em relação ao que nossos entrevistados entendem como identidade homossexual e esta nova postura passa a determinar um novo olhar para esta comunidade. O que antes era visto como necessário – decidir entre permanecer na sombra ou assumir-se – aos poucos parece transformar-se em um sentimento mais coletivo, onde esta comunidade, antes de ser porto de acolhida e suporte, começa a ser vista uma alternativa auto-segregante. Contudo, atentando também para o discurso de nossos participantes, é nítido que ainda falta a clareza de objetivos definidos nesta nova forma de se viver afastado de uma comunidade fechada em uma identidade cristalizada: qual o modo de agir? Como reorganizar o universo interno de cada um diante da fluidez de um conceito identitário que até agora era tão poderoso e internalizado em cada um deles? O que concluímos é que este dilema , ao contrário de gerar conflitos, parece ser estimulante e contribuir para uma produção afetiva a partir de um outro lugar que não passa pelo de homossexual excluído e vitimizado. Através da análise de conteúdo do discurso dos sujeitos foi possível, portanto,verificar que o binarismo hetero/homossexualidade pouco responde às questões do estudo da homoparentalidade, já que a orientação sexual dos pais nada interfere no exercício da paternidade.

Para além da sexualidade de nossos participantes, esta nova visão a respeito de si mesmo aponta para uma mudança bem maior do que simplesmente a reavaliação de uma identidade sexual: o prazer passa a ser redimensionado e todos os campos da subjetividade do sujeito passam por uma reformulação, uma vez que deixam de atuar em dualismos ,deslocando o indivíduo de uma posição vitimizadora e oprimida e igualando-o com aquele que antes era considerado o opressor, pois também era visto como tendo uma identidade sólida. Para tanto, este último também deixa de ser o “vilão”. Assim, ao invés de mostrar uma saída, esta nova postura pós-identitária, formulada pela teoria queer, propõe que se repense as identidades já naturalizadas e como elas chegaram a tal ponto. Enfim, a referida teoria propõe uma nova postura diante da vida e de si mesmo, tão bem resumida por Felipe, de forma muito mais brilhante do que qualquer academicismo poderia conseguir:

 

Se ele é artilheiro, eu também quero sair do banco”.

 

Depois de mais de um ano longe do mundo virtual, eis que volto a escrever!

Neste período muita coisa aconteceu: concluí meu mestrado, viajei para o Acre, dei aula em duas universidades por la e agora preparo meu Doutorado, provavelmente na UERJ, ainda a respeito da paternidade homossexual, mas agora, amadurecido, procuro incluir o judiciário nas pesquisas para saber a quantas anda este poder em relação aos direitos dos homossexuais. Meu recorte será no Rio de Janeiro e farei parte de uma pesquisa maior, já em andamento, da Anna Paula Uziel. Parece bastante interessante! Entao… mãos à obra!

Aproveito este retorno para agradecer de coração meus alunos acreanos , das duas universidades nas quais ainda leciono, pois me ensinaram e ensinam muito mais do que eu jamais poderia fazer.. obrigado !